Trabalhadores da Unidade Hoteleira Meliã expressam descontentamento com a forma de tratamento recebido no ambiente de trabalho . Sentem-se frequentemente submetidos a revistas que os fazem sentir como se fossem ladrões, o que é extremamente desrespeitoso e constrangedor.

Trabalhadores, de diferentes setores da cadeia hoteleira Meliã que laboram na ilha do Sal exortam as autoridades nacionais a investigar e a repor normalidade nos hotéis Tortuga, Llana e Dunas, uma vez que a classe tem sido tratada sem nenhuma dignidade.

Numa entrevista à Inforpress em que pediram para não serem identificados com medo de represálias, contaram que o clima laboral no Grupo Meliã, é “uma afronta”, porque à base de desconfiança, como se as pessoas que ali trabalham fossem ladrões. Relatam que, atualmente, os trabalhadores são proibidos de entrar com suas bolsas/malas de senhoras, mormente mochilas, sendo revistados à saída, como “miseráveis, inspecionados os bolsos, que ficam como orelhas para fora... procurando não sei o
quê”, denunciam indignados com a situação.

Além disso, queixam-se ainda do atraso no pagamento dos salários, que normalmente ocorre, conforme referem, no dia 08 de cada mês, e do “incumprimento com a segurança social”, ficando desprotegidos a nível da assistência médica e medicamentosa.

Os denunciantes asseguraram que precisam do trabalho, mas que querem trabalhar com dignidade. Realçam ainda que a mão de obra dos cabo-verdianos é importante nas cadeias hoteleiras.

E que o serviço de qualidade apresentado, oferecido, deve-se muito à eles”. Na entrevista concedida à Inforpress acrescentam que muitas vezes ficam com fome no trabalho, porque não podem levar merenda nem água.

Os trabalhadores dessa cadeia dizem-se cientes das dificuldades financeiras e econômicas a nível global, mas que em Cabo Verde existem leis que protegem e atribuem dignidade a classe trabalhadora, pelo que pedem a intervenção das autoridades e do Governo no sentido de os empregadores terem melhor “consideração e respeito” pelos cabo-verdianos.

Segundo a agência de de Noticias de Cabo Verde, Inforpress tentaram ouvir a direção da empresa para a confrontar com as denúncias, mas sem sucesso.